Fotos da manifestação ocorrida ontem em Serra Pelada que deixou sete feridos
A polícia impediu ontem, domingo (25),
que cerca de 1.500 garimpeiros invadissem a mina de ouro que está sendo
construída pela canadense Colossus, na região de Serra Pelada. Havia uma
preocupação, por parte da direção da companhia, de que as obras fossem
interditadas ontem pelos manifestantes e que a ação levasse a atos de
violência.

Segundo a diretora de comunicação da empresa, Rosana
Entler, as obras só voltarão ao ritmo normal quando a polícia informar
que o movimento dos garimpeiros estiver terminado. Hoje, segunda-feira,
segundo ela, “para preservar a segurança dos nossos funcionários”,
muitos dos 1.500 trabalhadores permanecerão em casa.

No fim de semana, a ordem foi deixar apenas um número
mínimo de funcionários no projeto. São 80 – entre os quais alguns
canadenses. Segundo nota da empresa divulgado ontem, “a tentativa de
invasão, anunciada de forma pública e antecipadamente” criou um clima de
“coação” sob o qual “é impraticável haver diálogo”.

Rosana disse que pelo que ouviu da Polícia Militar
que estava no local da mina, um grupo de garimpeiros se reuniu à tarde
na Vila de Serra Pelada — no município de Curionópolis — e seguiu em
direção à entrada do projeto. “Pelo que me disseram, tanto policiais
quanto funcionários nossos, os garimpeiros não chegaram à portaria,
ficaram a uns 100, 200 metros e depois se dispersaram e se espalharam
pela vila”.

Uma parte dos 52 mil garimpeiros associados à
Coomigasp – Cooperativa dos Garimpeiros de Serra Pelada – está
insatisfeita com a forma de distribuição do ouro que será produzido em
Serra Pelada. Pelo acordo inicial, a Colossus teria 51% e os garimpeiros
49%, sendo que os investimentos seriam divididos meio a meio. Em 2010,
com a anuência de uma Assembleia Geral realizada pelo então presidente
Gessé Simão e da qual participaram mais de 20 mil garimpeiros,
determinou que a empresa canadense teria 75% do ouro produzido, todavia a
Colossus seria a única investidora financeira.

Por volta das 16 horas de ontem alguns garimpeiros se
exaltaram e tentaram invadir o Projeto. A Polícia Militar do Pará, que
estava a postos para garantir a segurança, interveio e houve confronto.

Pelo Menos sete pessoas ficaram feridas. Algumas delas foram encaminhadas para hospitais de Marabá, Parauapebas e Curionópolis.
Entre os feridos a bala está o presidente do Conselho
Fiscal da Coomigasp, Amarildo Gonçalves. Ele foi atendido no Hospital
municipal de Parauapebas.
É preciso analisar essa situação de Serra Pelada com
muita atenção. Garimpeiros volta e meia são usados por políticos e
alguns diretores da Cooperativa com o único objetivo de obterem um
ganho político ou financeiro.

Os mesmos garimpeiros que agora tentam interditar o
projeto deveriam, a bem dos mais de 50 mil associados, manifestarem-se
para que a justiça julgue os inúmeros processos que tramitam na justiça
do Pará na tentativa de investigar verdadeiros saques ao erário da
cooperativa. Dinheiro este que deveria ser usado em benefício dos
associados.
Em 2012 a justiça afastou parte da diretoria, dando
início a uma verdadeira guerra pela direção da Coomigasp, o que poderia
também ser chamado de “corrida ao ouro”, já que as decisões tomadas pela
direção da Coomigasp nem sempre beneficiam quem deveria, os
garimpeiros.
Por outro lado, alguns ex-diretores da Coomigasp, que
buscam na justiça o retorno alegam que esses 1.500 manifestantes não
passam de massa de manobra, não representando os mais de 50 mil
garimpeiros cadastrados na Cooperativa.
Acredito que o mais certo seria uma intervenção do
Ministério de Minas e Energia em Serra Pelada, nomeando uma equipe
isenta para gerir os recursos repassados pela empresa canadense. Se isso
não for feito teremos que conviver rotineiramente com manifestações
iguais as de ontem. Por sorte não houve vítima fatal, mas até quando
será assim?
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Nota da Colossus Mineração sobre a manifestação ocorrida neste domingo em Serra Pelada
A Colossus Mineração informa a sociedade
que as forças policiais do Estado do Pará inibiram a tentativa de
invasão ao projeto Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral,
ocorrida em Curionópolis (PA) neste domingo por volta de 15h.
A maioria dos manifestantes é de não residentes
na comunidade de Serra Pelada e afastou-se do local do protesto. Até as
18h deste domingo, informações locais indicavam que não há um ponto de
concentração dos manifestantes. Não há registro de vítimas.
A tentativa de invasão, anunciada de forma
pública antecipadamente e fortalecida em audiência no último dia 16 de
agosto, teve apoio parlamentar dos deputados federais Arnaldo Jordy
(PPS) e Wandenkolk Gonçalves (PMDB). A organização foi feita por grupos
garimpeiros não reconhecidos pela Justiça do Pará como dirigentes da
cooperativa sócia do projeto.
É impraticável haver diálogo sob coação. A
Colossus considera este formato de mobilização violenta como
irresponsável, que em absolutamente nada contribui para um futuro de paz
duradoura em Serra Pelada.
O projeto SPCDM alcançou 85% das obras de
implantação, um investimento de R$ 600 milhões que emprega 1.500
profissionais diretos e indiretos – sendo 65% residentes de Serra
Pelada.
Forças policiais permanecem no local para devolver segurança à vila de Serra Pelada.
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Nota da Colossus alertando a sociedade paraense sobre provável ocupação de Serra Pelada

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