sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011



Quinta-feira, 24/02/2011, 03h19

Coomigasp tinha 8 mil 'fantasmas'

O presidente da Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), Gessé Simão, afirmou ontem (23) que na entidade havia oito mil “fantasmas” que foram filiados por antigas diretorias. A devassa, segundo ele, obrigou a atual diretoria a fazer uma atualização do número real de associados, mas a medida teria provocado a revolta de sindicalistas envolvidos nas fraudes. Em represália, eles passaram a adotar a estratégia, segundo o presidente, de espalhar “informações mentirosas” e divulgá-las em um jornal de Belém.
“Os estelionatários e outros derrotados, que na verdade há muito tempo perderam o respeito da imensa maioria dos garimpeiros, lutam a todo custo para que o garimpo retorne ao passado de vandalismo, corrupção e assassinatos”, disse Gessé.
Segundo ele, nenhum garimpeiro foi excluído da relação de associados da Coomigasp, como foi divulgado. “A cooperativa tem hoje mais de 25 mil associados regularizados ”. Um dos diretores envolvidos na fraude, segundo o presidente, é Luís da Mata, o mesmo que hoje “planta notícias falsas” na imprensa para desviar a atenção de milhares de garimpeiros que, na afirmação de Gessé, foram enganados pelo adversário e obrigados a sair da Coomigasp.
REFORMA
A reforma administrativa que havia sido prometida pela cooperativa a toda a sociedade garimpeira foi realizada por empresa contratada e teve o acompanhamento da área jurídica da Coomigasp, liderada pelo advogado Jairo Leite. Depois da busca feita no cartório, os nomes fictícios encontrados foram retirados da relação de associados.

Duas portarias foram baixadas para normalizar a situação dos associados. A primeira estabelecia que até o dia 11 de fevereiro o garimpeiro deveria comparecer à Coomigasp para se regularizar. Caso o associado tivesse problema de saúde ou mesmo sem renda comprovada, ele deveria se apresentar para que a entidade estudasse a possibilidade de isentá-lo de pagamento da mensalidade.
Quem possui carteira de garimpeiro, mas nada pagou até hoje deveria também comparecer para apresentar justificativa e habilitar-se à negociação. No dia 11 de fevereiro, o prazo de 30 dias terminou, mas Gessé baixou outra portaria, desta vez abrindo novo prazo, até o próximo dia 13, para quem não se apresentou que o faça, por intermédio de justificativa por escrito, para explicar porque não compareceu no prazo previsto.
Os que ficaram de fora da Coomigasp, na avaliação do presidente, foram induzidos a tomar essa atitude pelos “mesmos que inventam mentiras e espalham ameaças entre os garimpeiros”, segundo Gessé. A ordem era para não pagar suas mensalidades, alegando que o direito da Coomigasp era o mesmo da Comgasp, uma outra entidade, liderada por Luís da Mata, que estaria usando o mesmo CNPJ da Coomigasp. O estelionato já foi comprovado na Receita Federal e na Junta Comercial do Pará.
Luís da Mata não foi localizado pelo DIÁRIO em Serra Pelada para comentar as críticas da Coomigasp. Em Curionópolis, a informação é de que ele estava viajando. (Diário do Pará)

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