terça-feira, 26 de julho de 2011

Lideres garimpeiros repudiam notícia falsa sobre a diluição dos 25%


Com o único objetivo de tumultuar todo o processo de paz, que vem sendo mantido na Coomigasp, um pequeno grupo de adversários começou espalhar uma notícia falsa na internet para prejudicar a sociedade garimpeiros. O assunto é delicado e vem sendo abordado de forma irresponsável por determinados setores, adversários da atual diretoria, de forma errônea com a intenção de causar desentendimento na classe e desestabilizar o presidente Gessé.
Não há nenhuma mudança de queda no percentual de ganhos para a Coomigasp no que diz respeito aos 25%, previstos em contrato firmado entre a Coomigasp e a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM)”, afirmou Gessé Simão, presidente da Coomigasp.
Vamos aos fatos concretos: o que acontece é que a Cooperativa tem direito a 7% desses 25% para sua manutenção, mas o presidente Gessé desde o inicio de seu mandato abriu mão desse percentual, mesmo isto estando previsto no estatuto. “A nossa ideia é discutir isso com os garimpeiros, abrindo mão dos 7% e ficando com menos de 1% para a manutenção das despesas da cooperativa”, afirmou Gessé. A posição de Gessé é seguida pela maioria absoluta de delegados regionais e diretores da cooperativa, além de contar com o total apoio da classe.
Repercussão
Para o delegado regional de Novo Repartimento, José Ribamar, é no mínimo um ato de irresponsabilidade e muito sensacionalismo de quem tenta distorcer os fatos e confundir a memória do povo garimpeiro ao dizer por aí que serão diluídos 7% do percentual do garimpeiro, uma vez que o assunto foi discutido e resolvido em assembleia geral.  “Quanto ao presidente Gessé, afirmo que ele jamais permitirá que seja tocado nos percentuais, aliás, é exatamente ao contrario: faz parte do compromisso dele abrir mão dos 7% em favor dos sócios da Coomigasp. Muito embora isto tenha respaldo estatutário. Portanto qualquer declaração de diluição nos 25%, é leviana e não condiz com a verdade”, declarou José Ribamar.
Já o diretor Comercial da cooperativa, Marcos Prado Poli-placa, declarou, “tenho certeza que o garimpeiro já mais deixará de acreditar nas palavras do presidente Gessé, para acreditar em fofocas sem eira nem beira”.
Poli-placa destacou ainda que a preocupação maior de Gessé, como disse o presidente na grande festa alusiva ao dia Nacional do Garimpeiro, ocorrida no último sábado (23), em Santa Inês – MA, (onde estavam presentes delegados regionais, presidentes de entidades, diretores e representante dos estados do Maranhão, Pará, Piauí e Tocantins, além de um bom número de garimpeiros da região),  que “não aceitará de forma alguma que o garimpeiro sofra qualquer diluição nos 25% dele na Coomigasp”.
Marcos Prado Poli-placa disse ainda que todos confiam nas palavras do  presidente, “que não gosta de fofoca e nem tem dupla personalidade; é  homem de palavra, e sua única preocupação é fazer a nova mina de Serra Pelada produzir”.
O líder garimpeiro de Serra Pelada, Aderbal Oliveira, afirmou que já participou de varias pré-assembleias e é testemunha ocular das palavras do presidente Gessé, sobre o tema abordado: “Muito embora o percentual dos 7% para Coomigasp seja estatutário, não permitirei que seja descontado nenhum níquel dos percentuais dos garimpeiros”, lembrou Aderbal sobre as palavras de Gessé.
Representantes da classe garimpeira, como as entidades Amasp, Abasp e Freddgasp, declararam que o presidente da Coomigasp, Gessé Simão, “tem cumprido cabalmente com seus compromissos firmados no inicio do seu mandato, e jamais permitirá que o garimpeiro sofra prejuízos”.
Quanto ao processo sucessório na Coomigasp, Gessé Simão não quis falar, alegando que isso ocorrerá a partir de setembro, quando o assunto será debatido em conjunto com todas as entidades parceiras, e voltou afirmar, “minha prioridade nesse momento, é fazer a mina produzir e garantir os direitos dos garimpeiros”. Afirmou Gessé.

por Ascom Coomigasp/Freddigasp

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Gessé participa da comemoração do Dia do Garimpeiro em Santa Inês e Pindaré-Mirim


(Pindaré-Mirim – MA) O presidente da Coomigasp, Gessé Simão, se reuniu no sábado (23) na cidade de Pindaré-Mirim, que fica 260 quilômetros de São Luís e próxima à Santa Inês, com diretores, delegados regionais, membros do Conselho Fiscal da Cooperativa e um grupo de garimpeiros para falar sobre o Projeto da Nova Mina de Serra Pelada.
O evento, realizado no Clube da Sucam, no bairro Campo Agrícola, também serviu para uma confraternização alusiva ao Dia Nacional do Garimpeiro, comemorado oficialmente em 21 de julho. O encontro foi organizado pelo Delegado Regional da Coomigasp em Santa Inês, José Maria Pinheiro Reis, cuja delegacia atende 33 municípios do Maranhão.
Gessé Simão disse que era uma honra comemorar o Dia Nacional dos Garimpeiros junto com a família garimpeira da região de Santa Inês. “Sinto-me feliz aqui com vocês. Nosso projeto da Nova Mina em Serra Pelada já avançou cerca de 400 metros de galeria; temos a imissão definitiva de posse da área e os trabalhos desenvolvidos pela empresa Colossus estão se seguindo no ritmo programado, conforme o previsto em contrato” destacou o presidente da Cooomigasp.
Em seu discurso, Gessé falou sobre sua luta e da atual diretoria “em defesa dos direitos dos garimpeiros, das ameaças de um pequeno grupo que tentou inviabilizar o projeto que hoje é sucesso e está consolidado”. Reafirmou que o sonho dele era de que a partir de dezembro deste ano a Nova Mina começasse a produzir ouro, mas foi avisado pela empresa Colossus que o mais provável mesmo é a produção ter início em março de 2012.
Falou também sobre a luta dele e dos deputados Cleber Verde (PRB-MA), Ribamar Alves (PSB-MA) e tantos outros para aprovar na Câmara Federal o projeto que trata da aposentadoria dos garimpeiros. Ele informou que dia 2 de agosto haverá uma sessão solene especial no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, para comemorar o Dia Nacional dos Garimpeiros, com a presença de deputados e senadores de vários estados, especialmente as bancadas do Pará, Maranhão, Tocantins e Piauí, delegações representativas de quase todo o Brasil e, possivelmente, a presença do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
Gessé Simão não quis falar sobre o processo sucessório na Coomigasp, alegando que isso ocorrerá a partir de setembro, quando o assunto será debatido em conjunto com todas as cooperativas parceiras, incluindo a Agasp-Brasil.
Participaram da reunião em Pindaré-Mirim, o presidente do Conselho Fiscal da Coomigasp, Valdeci Marques de Lima, o Fogoió; o diretor Comercial da Cooperativa, Marcos Prado; o diretor de Produção e Fiscalização, José Raimundo; o diretor-Secretário, Antônio Milhomem; e os delegados regionais de Marabá, Neuton Paulino; de Xinguara, Antônio Benigno; de São Domingos do Araguaia, Adalto Batista Gomes; de Novo Repartimento, José Ribamar, o Riba; de São Luís, Gentil José da Silva; de Teresina, Norberto Vieira da Silva; de Imperatriz, Francisco Furtado, além do presidente da Freddigasp, Jafir Salvador, lideranças garimpeiros e funcionários da cooperativa.

por Ascom Coomigasp/Freddigasp

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Brasil Colônia

Mineiração no Brasil colonial

INTRODUÇÃO
Desde o final do século XVI na capitânia de São Vicente, o Brasil já tinha conhecido uma escassa exploração mineral do chamado ouro de lavagem, que em razão da baixa rentabilidade, foi rapidamente abandonada.
Somente no século XVIII é que a mineração realmente passou a dominar o cenário brasileiro, intensificando a vida urbana da colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática em relação ao período anterior, representado pelo ruralismo açucareiro.



o mapa foi tirado do livro Nova História Crítica do Brasil de Mário Schmidt da editora Nova Geração


A mineração, marcada pela extração de ouro e diamantes nas regiões de Goiás, Mato Grosso e principalmente Minas Gerais, atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, justamente no período em que a Inglaterra se industrializava e se consolidava como uma potência hegemônica, exercendo uma influência econômica cada vez maior sobre Portugal.

CONTEXTO EUROPEU: INGLATERRA/PORTUGAL
Em contrapartida ao desenvolvimento econômico da Inglaterra, Portugal enfrentava enormes dificuldades econômicas e financeiras com a perda de seus domínios no Oriente e na África, após 60 anos de domínio espanhol durante a União Ibérica (1580-1640).
Dos vários tratados que comprovam a crescente dependência portuguesa em relação à Inglaterra, destaca-se o Tratado de Methuem (Panos e Vinhos) em 1703, pelo qual Portugal é obrigado a adquirir os tecidos da Inglaterra e essa, os vinhos portugueses. Para Portugal, esse acordo liquidou com as manufaturas e agravou o acentuado déficit na balança comercial, onde o valor das importações (tecidos ingleses) irá superar o das exportações (vinhos). É importante notar que o Tratado de Methuem ocorreu alguns anos depois da descoberta das primeiras grandes jazidas de ouro em Minas Gerais, e que bem antes de sua assinatura as importações inglesas já arruinavam as manufaturas portuguesas. O tratado, deve ser considerado assim, bem mais um ponto de chegada do que de começo, em relação ao domínio econômico inglês sobre Portugal.

A RIGIDEZ FISCAL
Nesse mesmo período, em que na América espanhola o esgotamento das minas irá provocar uma forte elevação no preço dos produtos, o Brasil assistia a passagem da economia açucareira para mineradora, que ao contrário da agricultura e de outras atividades, como a pecuária, foi submetida a uma rigorosa disciplina e fiscalização por parte da metrópole.
Já por ocasião do escasso e pobre ouro de lavagem achado desde o século XVI em São Vicente, tinha-se promulgado um longo regulamento estabelecendo-se a livre exploração, embora submetida a uma rígida fiscalização, onde a coroa reservava-se no direito ao quinto, a quinta parte de todo ouro extraído. Com as descobertas feitas em Minas Gerais na região de Vila Rica, a antiga lei é substituída pelo Regimento dos Superintendentes, Guardas-mores e Oficiais Deputados para as Minas de Ouro, datada de 1702. Esse regimento se manteria até o término do período colonial, apenas com algumas modificações.



Ouro Preto, antiga Vila Rica


O sistema estabelecido era o seguinte: para fiscalizar dirigir e cobrar o quinto nas áreas de mineração criava-se a Intendência de Minas, sob a direção de um superintendente em cada capitania em que se descobrisse ouro, subordinado diretamente ao poder metropolitano. O descobrimento das jazidas era obrigatoriamente comunicado ao superintendente da capitania que requisitava os funcionários (guarda-mores) para que fosse feita a demarcação das datas, lotes que seriam posteriormente distribuídos entre os mineradores presentes. O minerador que havia descoberto a jazida tinha o direito de escolher as duas primeiras datas, enquanto que o guarda-mor escolhia uma outra para a Fazenda Real, que depois a vendia em leilão. A distribuição dos lotes era proporcional ao número de escravos que o minerador possuísse. Aqueles que tivessem mais de 12 escravos recebiam uma "data inteira", que correspondia a cerca de 3 mil metros quadrados. Já os que tinham menos de doze escravos recebiam apenas uma pequena parte de uma data. Os demais lotes eram sorteados entre os interessados que deviam dar início à exploração no prazo de quarenta dias, sob pena de perder a posse da terra. A venda de uma data era somente autorizada, na hipótese devidamente comprovada da perda de todos os escravos. Neste caso o minerador só podia receber uma nova data quando obtivesse outros trabalhadores. A reincidência porém, resultaria na perda definitiva do direito de receber outro terreno.
A cobrança do quinto sempre foi vista pelos mineradores como um abuso fiscal, o que resultava em freqüentes tentativas de sonegação, fazendo com que a metrópole criasse novas formas de cobrança.
A partir de 1690 são criadas as Casas de Fundição, estabelecimentos controlados pela Fazenda Real, que recebiam todo ouro extraído, transformando-o em barras timbradas e devidamente quintadas, para somente depois, devolve-las ao proprietário. A tentativa de utilizar o ouro sob outra forma -- em pó, em pepitas ou em barras não marcadas -- era rigorosamente punida, com penas que iam do confisco dos bens do infrator, até seu degredo perpétuo para as colônias portuguesas na África. Como o ouro era facilmente escondido graças ao seu alto valor em pequenos volumes, criou-se a finta, um pagamento anual fixo de 30 arrobas, cerca de 450 quilos de ouro que o quinto deveria necessariamente atingir, sob pena de ser decretada a derrama, isto é, o confisco dos bens do devedor para que a soma de 100 arrobas fosse completada. Posteriormente ainda foi criada a taxa de capitação , um imposto fixo, cobrado por cada escravo que o minerador possuísse.
Para o historiador Caio Prado Júnior, "cada vez que se decretava uma derrama, a capitania, atingida entrava em polvorosa. A força armada se mobilizava, a população vivia sobre o terror; casas particulares eram violadas a qualquer hora do dia ou da noite, as prisões se multiplicavam. Isto durava não raro muitos meses, durante os quais desaparecia toda e qualquer garantia pessoal. Todo mundo estava sujeito a perder de uma hora para outra seus bens, sua liberdade, quando não sua vida. Aliás as derramas tomavam caráter de violência tão grande e subversão tão grave da ordem, que somente nos dias áureos da mineração se lançou mão deles. Quando começa a decadência, eles se tornam cada vez mais espaçados, embora nunca mais depois de 1762 o quinto atingisse as 100 arrobas fixadas. Da última vez que se projetou uma derrama (em 1788), ela teve de ser suspensa à última hora, pois chegaram ao conhecimento das autoridades notícias positivas de um levante geral em Minas Gerais, marcado para o momento em que fosse iniciada a cobrança (conspiração de Tiradentes)."

A EXPLORAÇÃO DAS JAZIDAS
Havia duas formas de extração aurífera: a lavra e a faiscação.
As lavras eram empresas que, dispondo de ferramentas especializadas, executavam a extração aurífera em grandes jazidas, utilizando mão-de-obra de escravos africanos. O trabalho livre era insignificante e o índio não era empregado. A lavra foi o tipo de extração mais freqüente na fase áurea da mineração, quando ainda existia recurso e produção abundantes, o que tornou possível grandes empreendimentos e obras na região.



extração aurífera


A faiscação era a pequena extração representada pelo trabalho do próprio garimpeiro, um homem livre de poucos recursos que excepcionalmente poderia contar com alguns ajudantes. No mundo do garimpo o faiscador é considerado um nômade, reunindo-se às vezes em grande número, num local franqueado a todos. Poderiam ainda ser escravos que, se encontrassem uma quantidade muito significativa de ouro, ganhariam a alforria. Também conhecida como faisqueira, tal atividade se realizava principalmente em regiões ribeirinhas. De uma maneira ou de outra, a faiscação sempre existiu na mineração aurífera da colônia tornando-se mais intensa com a própria das minas, surgindo então o faiscador que aproveita as áreas empobrecidas e abandonadas. Este cenário torna-se mais comum pelos fins do século XVIII, quando a mineração entra num processo de franca decadência.

A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES
A extração mineral não se restringiu apenas ao ouro. O século XVIII também conheceu o diamante, no vale do rio Jequitinhonha, sendo que durante muito tempo, os mineradores que só viam a riqueza no ouro, ignoraram o valor desta pedra preciosa, utilizada inclusive como ficha para jogo.
Somente após três décadas que o governador das Gerais, D. Lourenço de Almeida, enviou algumas pedras para serem analisadas em Portugal, que imediatamente aprovou a criação do primeiro Regimento para os Diamantes, que estabeleceu como forma de cobrar o quinto, o sistema de capitação sobre mineradores que viessem a trabalhar naquela região.
O principal centro de extração da valiosa pedra, foi o Arraial do Tijuco, hoje Diamantina em Minas Gerais, que em razão da importância, foi elevado à categoria de Distrito Diamantino, com fronteiras delimitadas e um intendente independente do governador da capitânia, subalterno apenas à coroa portuguesa.
A partir de 1734, visando um maior controle sobre a região diamantina, foi estabelecido um sistema de exclusividade na exploração de diamantes para um único contratador. O primeiro deles em 1740, foi o milionário João Fernandes de Oliveira, que se apaixonou pela escrava Chica da Silva, tornando-a uma nobre senhora do Arraial do Tijuco.
Devido ao intenso contrabando e sonegação, como também ao elevado valor do produto, a metrópole decretou a Extração Real em 1771, representando o monopólio estatal sobre o diamante, que vigorou até 1832.

DESDOBRAMENTOS: SOCIEDADE E CULTURA
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível, principalmente se contrastada com o imobilismo da sociedade açucareira.
Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-se da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrático e intelectualmente mais evoluído. Era comum no século XVIII, ser grande minerador e latifundiário ao mesmo tempo. Portanto, a camada socialmente dominante era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes e burocratas. A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas cidades.
O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.
Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso. Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um processo inflacionário, seguido pelo desenvolvimento de uma sólida agricultura de subsistência, que juntamente com a pecuária, consolidam-se como atividades subsidiárias e periféricas.
A acentuação da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no principal centro do Arcadismo no Brasil. São expoentes as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais e do Mestre Valentim, no Rio de Janeiro.



escultura de Aleijadinho em Sabará (Igreja Nossa Senhora do Carmo)


Na música destaca-se o estilo sacro barroco do mineiro José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita, além da música popular representada pela modinha e pela cantiga de ninar de origem lusitana e pelo lundu de origem africana.

A DECADÊNCIA DO PERÍODO
Na segunda metade do século XVIII, a mineração entra em decadência com a paralisação das descobertas. Por serem de aluvião o ouro e diamantes descobertos eram facilmente extraídos, o que levou a uma exploração constante, fazendo com que as jazidas se esgotassem rapidamente. Esse esgotamento deve-se fundamentalmente ao desconhecimento técnico dos mineradores, já que enquanto a extração foi feita apenas nos veios (leitos dos rios), nos tabuleiros (margens) e nas grupiaras (encostas mais profundas) a técnica, apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento. Numa quarta etapa porém, quando a extração atinge as rochas matrizes, formadas por um minério extremamente duro (quartzo itabirito), as escavações não conseguem prosseguir, iniciando o declínio da economia mineradora. Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda economia colonial entrou em declínio. Sendo assim, a primeira metade do século XIX será representada pelo Renascimento Agrícola, fase economicamente transitória, marcada pela diversificação rural (algodão, açúcar, tabaco, cacau e café), que se estenderá até a consolidação da monocultura cafeeira, iniciada por volta de 1870 no Vale do Paraíba.



moedas portuguesas do século XVIII cunhadas com ouro do Brasil


A suposta riqueza gerada pela mineração não permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga, e nesse sentido, grande parte das dívidas portuguesas, acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, o que viabilizou ainda mais, uma grande acumulação de capital na Inglaterra, indispensável para o seu pioneirismo na Revolução Industrial.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Comitiva visita canteiro de obras da Nova Mina de Serra Pelada



Comitiva de delegados e diretores reunida em visita a Nova Mina de Serra Pelada
(Serra Pelada – PA) Na bela manhã de chuva fina de sábado, 9 de julho, o verde da mata das serras que circundam o antigo garimpo de Serra Pelada trouxe mais esperança para os garimpeiros que sonham com o amarelo do mineral mais cobiçado do mundo: o ouro. A esperança aumentou após mais uma visita de uma comitiva ao canteiro de obras do Projeto da Nova Mina de Serra Pelada, que está sendo implantado pela empresa Colossus, parceira da SPCDM – Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral.
Delegados regionais, diretores da Coomigasp, membros do Conselho Fiscal, representantes de delegacias regionais e funcionários da cooperativa conheceram de perto os trabalhos que estão sendo realizados em Serra Pelada.
Ao visitarem o belo o mirante, a comitiva ouviu do diretor geral da Colossus, Paulo de Tarso Fagundes, explicações sobre o projeto da Nova Mina de Serra Pelada. Ele destacou que o cronograma das obras está sendo cumprido à risca e ao ser questionado por delegados regionais da cooperativa, Paulo de Tarso informou que na hora certa será anunciado por ele e pelo presidente da Coomigasp, Gessé Simão, “quando terá início, de fato, a produção de ouro”.
Ainda no mirante, o gerente de Operações do Projeto Nova Mina de Serra Pelada, José Geraldo, detalhou para os visitantes as etapas das obras em andamento e sobre as que serão desenvolvidas no canteiro de obras. Os garimpeiros ficaram sabendo que a escavação do túnel já atingiu 350 metros de comprimento e 40 de profundidade, e não 387 metros como tinha sido anteriormente anuciado.
Com uma visão belíssima de todo o projeto e até mesmo da Vila de Serra Pelada, os garimpeiros ficaram encantados com a bela paisagem e aproveitaram para registrar com suas câmeras fotográficas aquele momento tão especial.
Logo após, a comitiva se deslocou para o galpão da oficina centralizada do projeto, onde foi servido um café da manhã. Em seguida, foram formados três grupos de 15 pessoas cada para a visita ao túnel da galeria que está sendo construída.
Por questão de segurança e precaução, todas as pessoas usaram capacetes, máscaras de boca, protetores para os olhos, sinalizadores e máscaras de ar. As explicações sobre como usar os equipamentos para se proteger da falta de ar dentro do túnel e outras orientações foram dadas na porta da galeria, antes do início da visita, pelo supervisor de Mina, Hélio Machado, e pelo supervisor de segurança do trabalho, João Rodrigo. Após as orientações, os garimpeiros puderam percorrer 200 metros do túnel e ver bem de perto o caminho por onde sairão os maquinários de última geração usados em escavação de minas que vão “bamburrar” em breve para a alegria de todos.
Após a visita ao túnel, os delegados regionais fizeram uma avaliação positiva sobre o que viram na galeria. “Saio daqui satisfeito porque as obras estão avançando bem e o povo garimpeiro pode contar com a diretoria da Coomigasp e com todos os delegados regionais, porque o trabalho que está sendo realizado é bastante sério e o projeto da Nova Mina de Serra Pelada hoje é uma realidade”, afirmou Adalto Batista Gomes, delegado regional em São Domingos do Araguaia.
O delegado Norberto, da Delegacia Regional de Teresina – PI, também saiu contente com o resultado da visita. “Saio daqui tranqüilo com este resultado positivo, porque agora vou poder dizer aos garimpeiros do meu estado do Piauí, que o trabalho desenvolvido pela Coomigasp e pela parceira Colossus é sério e o túnel avança cada vez mais na galeria que dará acesso ao tão sonhado ouro”.
O diretor de Produção e Fiscalização, José Raimundo, afirmou que todos saíram satisfeitos com a visita de mais uma comitiva de garimpeiros ao canteiro de obras. “A partir de agosto outras visitas acontecerão dentro de um programa já estabelecido em conjunto pelo presidente da Coomigasp, Gessé Simão, e a diretoria da Colossus”, disse ele.
Integraram a comitiva que visitou o canteiro de obras em Serra Pelada, o vice-presidente da Coomigasp, José Sobrinho; membros do Conselho Fiscal da Cooperativa, entre os quais o seu presidente, Valdeci Marques de Lima, o “Fogoió”; diretores, entre eles, Marcos Prado, o Poliplaca, além dos delegados regionais: Neuton Paulino, de Marabá; Antônio Benigno, de Xinguara; José Ribamar, “o Riba”, de Novo Repartimento; Vitor Albarado, de Belém; Gentil, de São Luís, e Airton Portírio, de Palmas.

Ascom: Coomigasp/Freddigasp